O governo do México aprovou tarifas de até 50% sobre importações de países sem acordo comercial, medida que atinge principalmente a China e acirra tensões comerciais entre os dois países. A decisão, anunciada nesta quinta-feira (11), recebeu críticas imediatas de Pequim, que classificou a política como protecionalista e prejudicial aos interesses chineses. As informações são da agência Dow Jones News.
Embora os percentuais definitivos tenham sido reduzidos em relação à proposta original, a medida integra uma estratégia mexicana para fortalecer a indústria doméstica e reduzir a dependência de produtos asiáticos. A versão inicial da proposta abrangia cerca de US$ 52 bilhões em bens, e o governo afirmou que apenas ajustaria tarifas já existentes até o limite permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
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Pequim reagiu informando que seguirá investigando possíveis barreiras comerciais e restrições a investimentos impostas pelo México. Nos últimos anos, tanto o comércio quanto o investimento chineses cresceram de forma expressiva no país, mas o aumento das exportações vindas da China tem pressionado os planos mexicanos de expandir setores de manufatura de maior valor agregado.
O cenário ganha contornos ainda mais complexos diante da influência do governo de Donald Trump, que tem incentivado o México a adotar postura mais rígida em negociações comerciais. A China já sinalizou que pode retaliar e afirmou que medidas unilaterais não devem prejudicar o comércio global, especialmente às vésperas da revisão do USMCA, acordo que rege as relações comerciais entre Estados Unidos, México e Canadá.
Em comunicado, Pequim destacou que valoriza o relacionamento econômico com o México e espera resolver divergências “por meio do diálogo”, pedindo que o país “aja com cautela”. O governo mexicano não comentou de imediato, mas mantém a nova política tarifária em vigor. Entre os países sem acordo comercial com o México, China, Coreia do Sul e Índia estão entre os principais exportadores afetados.
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